à rememória de Oswa1d de Andrade
que é
uma
viagem
?
upa
upaupa: ir
indo
foraforafora
volt; an domar
av
ilhoso sol
lua estrelas o todo, & um
(mais
grande que
mai
or pôde até
começar a ser)sonho
de; uma coisa: de
uma criatura que é
Ó
ceano
(todolugar
nada
mas luz e escuro; mas
nunca sempre
& quando) até
que um exato
aqui de atônito muito
agora, com que
milhares de (centenas
de) milhões de
ChorosQueSãoAsas
----------"----------
insu lar ad
o
varand
o
ecobrindo
U
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que é este
man
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a sua
luminosa
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smo
uma tímida (um
se um
mur
múrio um lugar
um esconde
rijo) spede
meta
f
ora
?la lune
----------"----------
agora é um partir
cujo capitão sou, you
vela(-)me fora de dormir
governo do que sonhou
----------"----------
inquiridor da verdade
siga não a vereda
todas as veredas chegam onde
a verdade aqui se esconde
----------"----------
todo mundo feliz?
NÓS NÓS NÓS
& ao inferno com o infeliz
que ficar a sós
se você não pode tenso
virgula propenso;
ou 1 lei para os leões &
bois é sábia)
----------"----------
d
(Na)a(D)
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á(a) pode
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mas
aquiele eu
já se fix
ando no(vo) frio som
bri(lh)o (murmúrio)" foi
meu amigo" reme
morando"&
amizade
é um
milagre"
seu nem
sempre imaginavelmente
maisquemuitogeneroso
espírito. Sentimento
único
(jesusJ pendeomundotodo(bomdeus)
por onde
(cr
isto)
tal absoluto ausente
----------"----------
porque isto é
Época
devoÉ
mexe com a gente
(& não
a outra estrada
curva) porque isto.
é A
bril
Vivem a vereda própria as
pessoas (no
lugar
de todomundomais) mas
o que é quão
maravilhoso meu
Amor
é isto que você &
eu somos mais que você
& eu (for
ca
us
aque Isto é nós)
----------"----------
você e eu podemos não
apressar isto com
milpoemas
meu amor
mas ninguém poderá parar isto
Com Todos Os Policiais No Mundo
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feras ex(e tantas no nosso primevo) selvagens falaram humanas palavras
nosso segundo veio fazer pedras cantarem como aves
mas oh o quasarmudo silêncio com que a nossa terceira vez
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"nada" o homem injusto se queixa
"é justo" ("ou in-" o justo rejeita
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annie morreu outro dia
nunca foi ali como uma rotina
aque, entre as suas bonecas, matou
antes ("não conte pra sua mãe") a teve;
fazendo annie levemente louca
mas muito bonita no leito
santos a sátiros, sigam vossa sina
jovens e virgens: deixem-nos n'ave-maria
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cristo mas eles são poucos
todos (além conta
ou desconta) bom troco
coisas encantam
bomdeus como ele canta
o robin (mudo que
estará conta
uma lua ou duas, oco)
NOTA:
Quando eu levei algumas (dessas) tentativas de tradução do cummings pro Lívio Tragtemberg, ele me
fez uma observação que eu acho importante transcrever aproximadamente:
"Veja voce: o cummings é um dos autores mais acusados de formalismo e, no entanto, traduzindo
seus poemas a gente vê que, como os recursos formais que ele usa (e suas gamas de conotações) não
podem ser completamente reproduzidos ou compensados no português, temos que, muitas vezes, nos
conformar com um mínimo desses recursos (e conotações), atendo-nos ainda ao que há de linear,
discursivo, 'conteudístico', para não perdermos a viagem."
"Conteúdo" pra quem não está com tudo. Por isso é que as traduções que se fazem por aí, cheias de
"conteúdo", são as que menos se aproximam da riqueza do original. O formalismo é antes essa
preocupação com o "conteúdo", do que com a forma que é fundamental, como se vê nestes poemas.
cummings é antes sutil, do que útil. Agora, eu que traduzo, e o Lívio é que faz uma observação
importante como esta! Pois é. Parodiando o Caetano Veloso, a arte não é pessoal mas a gente se vê
pessoalmente.
trad. Júlio Mendonça
in revista Escrita, nº 30, 1980, p. 14 - 18.
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