HOPPER: SOBRE A LUZ
					


Ora a luz se deita
em tigre cansado
— não esta figura;
atmosfera
que a si mesma regula
(como entre pálpebras
a fresta relembrada de mormaço).
Ora a luz assola
surda, em cutelo.
Nos limites que simula,
as formas,
aflorando do mergulho,
plantam suas patas na zona de sombra.
Mas a luz respira
presente no agora da tela
e ainda vinda de fora, 
rasgando.
Claudia Roquette-Pinto

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