i was led into a miniature amphitheatre of white porcelain. the floor tiles buzzing like kinetic sculpture, waving like the color patterns of Vasereley. columns formed a large retangle. dead center was a marble slab fitted w/a raft of leather. they laid her on the table. a green cone descended through the skylight, a draft of roses through the open window her costume was covered w/petals. every woman in history she was, and every womb in venture. i looked in the mirror. i gave birth to alexander, i was his lover. war paint formed on my face, ochre and lavender slashes. the woman w/the chesnut mane stood over her. her delicate hands worked small miracles. slender celluloid tubes were swiftly inserted into the pores of the victim, a virgin. the tubes were tentacles melding w/her veins her dreams and deeper into the virginal light, the pool beneath memory. a ruby flux where no words were formed. the queen was a goddess strapping to herself a love mechanism a device designed for penetration. a pointed cylinder of jeweler's plat. i held back as long as i could. i was the throne she was mounting. i was the seed of destiny, the conceit of reign. first would be the poke, the light, and then the kiss. a flood of steam and wire released. i could not resist her face was connecting w/my own. the rush and hiss of a mammal going under.
what do you want out of me? she said
undulating beneath her I cried lust!
what do you want out of me, I asked her.
language, she said, language.
fui levada a um anfiteatro de porcelana branca em miniatura. os ladrilhos zunindo como escultura cinética, ondulando como os motivos coloridos de Vasereley. colunas formavam um amplo retângulo. no centro mortiço uma laje de mármore ajustada c/ montes de couro. eles a deitaram numa mesa. um cone verde desceu através da clarabóia, brisas de rosas pela janela aberta seu traje coberto c/ pétalas. cada mulher na história era ela, cada ventre na aventura. olhei no espelho. dei a luz à alexandre o grande, fui sua amante. pintura de guerra formou-se em minha face, talhos ocres e lavandas. a mulher de jubas castanhas montou sobre ela. suas mãos delicadas operavam pequenos milagres. canos finíssimos de celulóide eram inseridos depressa nos poros da vítima, uma virgem. os canos, tentáculos se misturando em sua veias em sonhos bem fundo na luz virginal, o lago sob a memória. um fluxo rubi onde palavra alguma se forma. a rainha era uma deusa que amarrava em si mesma um mecanismo amoroso um dispositivo adequado à penetração. um cilindro pontudo trançado de jóias. eu a empurrei o quanto pude. eu era o trono que ela montava. eu era o sêmem do destino, o conceito de reino. primeiro seria a picada, a luz, depois o beijo. um dilúvio de fios e vapores se soltando. não tive coragem de resistir à sua face ligando-se à minha. os gozos e silvos de um mamífero indo fundo.
que desejas de mim? ela disse
ondulando sob ela, gritei lascívia!
que desejas de mim, perguntei.
linguagem, ela disse, linguagem.
(De "Babel")
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes
(matéria gentilmente enviada pelo autor para Pop Box)
Rodrigo Garcia Lopes é autor de "Vozes & Visões: Panorama da Arte e Cultura Norte-americanas Hoje" (Iluminuras, 1996), "Solarium" (Iluminuras, 1994), "visibilia" (Sette Letras, 1997) e Mestre em Artes pela Arizona State University com tese sobre a obra de William Burroughs.
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