Elson Fróes é um dos melhores poetas da nova geração. Em seus poemas e textos, nota-se a presença do barroco, na riqueza léxica, na invenção metafórica, nos jogos semânticos, no artesanato sonoro, mas a construção formal obedece a um minucioso minimalismo, que concentra e disciplina sua linguagem. É possível reparar, em vários de seus poemas, a influência dos trovadores galego-portugueses, na tessitura musical e mesmo no vocabulário ("Lonxe ceo pol-o azur./ Sempre un deseo/ sensibre que brila./ Mientras que dormes, dirixa teu sol") ; a presença do haicai ("a grama diz/ o que o vento diz/ o indizível bis"), trabalhado de modo intersemiótico, com a aplicação de cores e de recursos de diagramação (recuperando, assim, a visualidade do ideograma); e da melhor poesia contemporânea. É um alquimista que destila, filtra e aquece os materiais poéticos, obtendo ouro puro, luminoso e resistente. Em seus poemas visuais (que podem ser acessados na Internet, no site Popbox), os conceitos da semiótica e os processos das vanguardas históricas são trabalhados, com os recursos da informática, de maneira pessoal e inconfundível. No momento, o autor vem se dedicando, também, a criar animações para os seus poemas visuais e a fazer experiências com a poesia sonora.

Claudio Daniel