DEU-ME DEUS o seu gladio, porque eu faça A sua santa guerra. Sagrou-me em honra e em desgraça Às horas em que um frio vento passa Por sobre a fria terra. (...) E eu vou, e a luz do gladio erguido dá Em minha face calma. Cheio de Deus, não temo o que virá Pois, venha o que vier, nunca será Maior do que a minha alma. |
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LOUCO, sim, louco, porque quis grandeza Qual a sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Porisso, onde o areal está Ficou o meu ser que houve, não o que há. Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nella ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria? |
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QUE VOZ VEM no som das ondas Que não é a voz do mar? É a voz de alguém que nos falla, Mas que, se escutarmos, calla, Por ter havido escutar. E só se, meio adormecido, Sem saber de ouvir ouvimos, Que ella nos diz a esperança A que, como uma criança Dormente, a dormir sorrimos. São ilhas afortunadas, São terras sem ter logar Onde o Rei mora esperando. Mas, se vamos dispertando, Calla a voz, e ha só o mar. |
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