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Anibal Beça (Manaus AM 1946)
Tendo seu nome ligado e plugado ao jornalismo, à televisão e à MPB,
destaca-se ainda como batalhador em duas frentes indiscutivelmente
ecológicas: a defesa da cultura amazônica e do soneto a primeira
ameaçada pela cobiça internacional, o segundo convertido em
mico-leão-dourado da poesia pós-globalização. Exageros à parte, nem a
Amazônia corre tanto risco de sumir do mapa, nem o soneto de ser abolido
por decreto, nem o próprio Beça de cair no esquecimento, já que cultiva
o gênero (tanto no formato inglês como no petrarquiano, estrambotes
inclusos) com tal perícia e competência que nos deixa, aos demais
sonetistas, em boa companhia e tranqüilos quanto ao futuro desta herança
literária. A amostra abaixo foi selecionada pelo próprio autor.
SIMPLES SONETO Desejado soneto este que é escrito sem as firulas graves do solene, que leva na palavra o simples rito da fala cotidiana. Não condene no entanto, a falta de um estro especioso, nem de brega rotule esse meu vezo. Apenas sinta o som oco e poroso do fundo mar de anêmonas, o peso rarefeito das algas nos peraus. Essa cantiga filtra nossos medos, as culpas e os tabus, e dá-me o aval para buscar o simples e em querê-lo ornamento de estética espartana na faxina ao supérfluo que se espana. PROFISSÃO DE FÉ Meu verso quero enxuto mas sonoro levando na cantiga essa alegria colhida no compasso que decoro com pés de vento soltos na harmonia. Na dança das palavras me enamoro prossigo passional na melodia amante da metáfora em meus poros já vou vagando em vasta arritmia . No vôo aliterado sigo o rumo dos mares mais remotos navegados e em faias de catraias me consumo. É meu rito subscrito e bem firmado sem o temor do velho e seu resumo num eterno retorno renovado. PARA QUE SERVE A POESIA? De servir-se utensílio dia a dia utilidade prática aplicada, o nada sobre o nada anula o nada por desvendar mistério na magia. O sonho em fantasia iluminada aqui se oferta em módica quantia por camelôs de palavras aladas marreteiros de mansa mercancia. De pagamento, apenas um sorriso de nuvens, uma fatia de grama de orvalho e o fugaz fulgor de astro arisco. Serena sentença em sina servida, seu valor se aquilata e se esparrama na livre chama acesa de quem ama. SONETO QUEBRADIÇO Mão minha com maminha movediça traçando vai na limpa areia branca versos cambaios, frouxos, na liça língua caçanje, claudicante, manca. No pé quebrado o ritmo se atiça para dançar com rimas pobres, franca trança de cambalhota tão cediça, que me corrompe o salto e que me estanca. Queda de braço nas quebradas quebras vou me quebrando como um bardo gauche: pelas savanas sou mais uma zebra. Mas consciente desse torto approuch já me socorre a gíria de alma treta para solar meu solo nos ouvidos moucos. NOSSA LÍNGUA (para o poeta Antoniel Campos*) O doce som de mel que sai da boca na língua da saudade e do crepúsculo vem adoçando o mar de conchas ocas em mansa voz domando tons maiúsculos. É bela fiandeira em sua roca tecendo a fala forte com seu músculo na hora que é preciso sai da toca como fera que sabe o tomo e o opúsculo. Dizer e maldizer do mel ao fel é fado de cantigas tão antigas desde Camões, Bandeira a Antoniel, este jovem poeta que se abriga na língua portuguesa em verso e fala nau de calado ao mar que não se cala. (*) "filiu brasilis, mater portucale, Que em outra língua a minha língua cale." ARS POÉTICA Nesse afago do meu fado afogado as águas já me sabem nadador. A rês na travessia marejada gado da grei de um mar revelador. Vou e volto lambendo o sal do fardo língua no labirinto, ardendo em cor furtiva, enquanto messe temperada, da tribo das palavras sou cantor. Procuro em frio exílio tipográfico o verbo mais sonoro em melodia o ritmo para a cal de um pasto cáustico. Sou boi e sou vaqueiro dia a dia no laço entrelaçado fiz-me prático catador de capins nas pradarias. SONETO DE ANIVERSÁRIO Setembro me agasalha nos seus galhos e de amor canto no seu verde ventre: Eis a ventura vaga em danação, bronze canonizado nas cigarras. O canto é breve, fino, e já anuncia o inconfundível som do último acorde: aquele dó de peito em nó estrídulo. Como Bashô sonhara, é despedida que mal se sabe, é morte anunciada, canora liturgia sazonal. Em setembro me mato e me renasço em canto livre, rouco, sem ter palco, representando de cor e salteado o meu 13, que é fado e sortilégio. ÚLTIMO ROUND O vento que de verde tudo varre não varre esta floresta onde eu habito. Espana roxas nódoas de um espárringue que sou eu mesmo a rir por esses ringues. Porradas que me dou? Mero detalhe, de quem passou a vida sem ter sido sendo, o sabido súdito do anárquico. Não fui, não sou, não quero ser doído. O menestrel choroso? Este não vale, perdeu-se pelos socos de outras divas em noites desbotadas na paisagem. Mas então, o que fica dessa trilha? ora, amigo, nocautes dessa aragem varrida nos cruzados descaminhos. MALA COM ALÇA É da lama essa mala que retiro para subir a encosta (como a pedra que Sisifo ainda empurra todo dia) numa viagem cheia de seqüelas. Não há como negar tantos espinhos na travessia turva de mistérios que vão-se descobrindo nos caminhos: a mão negada, a fome, o vitupério, o rito solidário que esquecemos em troca a vaidade transitória. Somos do barro e ao barro voltaremos. A verdade do Homem e de sua Hora vem com mala e alça, disto sabemos, mais o peso do corpo e sua história. SONETO COM ESTRAMBOTE ENVIESADO Alfaiate de mim costuro a roupa que cabe ao figurino que me coube. Só meu verso protege essa amargura desfiada de dia ao sol veloz, para à noite tecer nova textura, novelo de silêncio ao rés da voz. Enxoval construído nessa usura solitária de andaimes, num retrós de linha vertical, que se pendura na pênsil teia atada, fio em foz desse rio agulha que me costura ao rendilhado de águas tropicais, que sabe de saudades no meu cais. Viageiro de uma sanha que me traz sempre de volta ao tear do meu destino na seda depressiva me assassino. PRÓLOGO Cavo a cova como um cavalo os cascos cava se no cavá-lo invoca a fúria de ferir E tanto mais se cava que a alma não se lava e as águas já me levam léguas a fingir Cava costura cavo à cava enviesada e o talhe tinge a sombra em descaída pena Nessa escritura a sina foge desgarrada e o corte torce a mão e a garra do poema E dono não sou mais senão o torto artífice dessas linhas traçadas a dois e por um E assim me assino esse uno e esse outro Majnun que por louca paixão da noite é seu partícipe mesmo sem Laila veste a dor e se vislumbra nos lobos do deserto donos da penumbra TOADA PARA SOLO DE OCARINA Fio tênue do céu em claridade tece esse manto gris meu agasalho colhido pelos muros da cidade: mucosa verde musgo que se espalha como tapete denso em chão de jade Meus pés de crivo cravam esse atalho riscando seu grafite no mar que arde o fogo-de-santelmo em céu talhado Nesse caminho caio em minha sina caio no mar que lava essa lavoura num barco ébrio que sempre desafina E colho o sal da noite a lua moura crescente luz de foice me assassina e me morro no haxixe com Rimbaud JOROPO PARA TIMPLES E HARPA Em duas asas prontas para o vôo assim se foi em par a minha vida e com rilhar de dentes me perdôo trilhando as horas nuas na medida Bilros tecendo rendas amarelas bordando em vão um tempo já remoto no sol dos girassóis da cidadela canto um recanto que me faz devoto A dor que existe em mim raiz que medra no rastro mais sombrio as minhas luas talvez não fora Sísifo ou a pedra que encontro todo dia pelas ruas ao revirar as heras nessa redra trilhando na medida as horas nuas CZARDAS PARA SERROTES COM ARCOS DE VIOLINO E BERIMBAU DE LATA Esta anábase é de hora aberta desnudada tão desmedida como foi a minha vida de nada me arrependo apenas me perdôo por que meu vôo nem sequer se iniciou E dessas nuvens que me espaçam esgarçadas trapos e cordas dissonantes dessa lira são acidentes de percurso em que recorro como um Zenão o parafuso desse vôo Assim nessa colméia em ziper me percorro como um zangão no zigue-zague nos hexágonos ando à procura de uma abelha desvairada que me acompanhe na aventura pelos pântanos exorcizando a desrazão desses escorços essa não-ave desgarrada do meu nada O CÃO O cão da caravana acoita sarnas pelos pêlos tragados de suor que encarnam carnaduras já de cor na salteada costa descarnada O cão da caravana esconde as armas o fogo e a cinza dessa cauda cor- rente ao dorso de estrelas apagadas se acendem cimitarras para a dor Ao relho e aos ossos pó entre mil noites dita a desdita escrita: Maktub! E o cão se assenta dócil para o açoite Mas lhe aguarda a tarefa de quem ladra e exorcisa a baraka dos impuros enquanto a vida caravana passa SONETO PARA EUGÊNIA O tempo que te alonga todo dia é duração que colhes na paisagem, tão distante e tão perto em ventania, sitiando limites na viagem. Desse mar que se afasta em maresia o vago em teu olhar se faz aragem nas vagas que se vão em vaga via vigia de teus pés no vão das margens. E o fio da teia vai fugindo fosco, irreparável névoa pressentida nos livros que não leste, nesses poucos momentos que sobravam da medida. Angústia de ponteiros, sol deposto, no tédio das desoras foge a vida. Vida que bem mereces por inteiro, e é pouca a que te dou de companheiro. BOLERO DAS ÁGUAS O passo no compasso dois por quatro acode meu suplício de afogado afastando de mim sedento cálice em submerso bolero de águas tantas. A sede dança seca na garganta curtindo signos, fala ressequida para a língua de couro, lixa tântala, alisando palavras rebuçadas. Quanto alfenim no alfanje que se enfeita para montar as ancas de égua moura. Lábia flamenca lambe leve as oiças, é rito muezim ditando a dança: no dois pra cá me levo em dois pra lá, nas águas do regaço vou-me e lavo-me. EQUU (para o poeta Rafael Courtoisie) Nos astros me perdia logo cedo enquanto a luz vestia-me de noites. Então chorava no meu ombro o enredo grave galope breve com seus coices. As éguas do destino cospem medos sabendo-me alazão de muitas foices, ou pangaré lunar dos meus degredos. Por isso perseguiam-me nas noites àquelas mais escuras sem estrelas nas quais sou presa fácil sem que fosse porque flechando verbos sei contê-las. Não eram éguas mouras dos desertos senão potrancas férteis com seus roces estas que vinham mansas muito perto. CHUVA DE FOGO Meus olhos vão seguindo incendiados a chama da leveza nesta dança, que mostra velho sonho acalentado de ver a bailarina que me alcança os sentidos em febre, inebriados, cativos do delírio e dessa trança. É sonho, eu sei. E chega enevoado na mantilha macia da lembrança: o palco antigo, as luzes da ribalta, renascença da graça do seu corpo, balé de sedução, mar que me falta para o mergulho calmo de um amante, que se sabe maduro de esperar essa viva paixão e seu levante. SONETO DA SENTIDA SOLIDÃO A falta é complemento da saudade, servida em larga ausência nos ponteiros, bandeja dos segundos que se evade, em pasto das desoras, sorrateira. Estar é seduzir sem muito alarde, no avaro aqui agora companheiro, o porto da atenção que se me guarde o ser presente da sanha viageira. Partir é sentimento de voltar, liberta, eu sei, no vento e seu afoite, navega a sina em rasa preamar; ela, essa ausente, é dona e meu açoite, no seu impulso presto em navegar, vai se enfunando em névoa pela noite. DIONYSIO Ungido para o fado e a nova festa Meu carnaval profano já celebra As quarentenas dívidas da carne Na cela de costelas das mulheres. Como devasso réu, confesso fauno, No vinho das delícias me declaro Sem culpa e sem pecado original Pois nessa pena sou igual a tantos. Já disse certa vez em cantoria: De nada me arrependo e reconfirmo Agora que o meu tempo é só de gozo. A vida que me dou não dá guarida Nem guarda desalentos de tristeza Somente na alegria é que me morro. CURTA PAVANA O dorso que se curva arco elegante desenha na memória a leve dança da bailarina grácil, celebrante de rito sedutor, que me balança toda vez que me vejo tão distante, torcendo meus desejos na lembrança dos momentos vividos, no constante aprendizado vasto da mudança. Posto que a vida corre em curtas curvas, transitória paisagem, vário atalho que vai modificando linhas turvas. Mutante claridade me agasalha: no casulo do gozo de sussurros sei-me bicho saído dessa malha. CANTARES BACANTES (I) O mar lava a concha cava e cava concha lava o mar como a língua limpa lava tua concha antes de amar. Delírio da estrela d'alva mistério da preamar vinda e volta abrindo a aldrava da concha do paladar. Oh minhas parcas de mel! Eu me afogo em mar vinho à espera de algum batel. Sou cantador de cordel: estórias sabor marinho bacantes da moscatel. (II) Canto a lira dissonante: como custam meus cantares! os cantochões dos solares mais remotos que um levante. Tua branca primavera lança-perfume dos ares profundo nácar dos pares mas verdes ramas da hera. A cigarra morta canta tua tarde de passagem que a voz do bronze levanta louvores a teu passeio de gazela: leve aragem ao coração, meu anseio! (IV) São Mateus bebo teu verbo conjugado na tintura, semi-breve partitura na regência d'um Efebo. Ocarina chora uvas esmagadas no sermão, e esconde no coração gotas vermelhas de chuvas. Um pombo pousa na taça evangelho vivo de asas: traz ao bico, verde salsa. A boa nova rascante que me entra pela boca doce beijo da amante. OLHAR As grades que me prendem são teus olhos, aquática prisão, cela telúrica, liana que me enrosca e me desfolha no tronco tosco dessa árvore lúbrica. No sol de Gláucia apenas me recolho e, sendo assim, o sido se faz público num pelourinho aberto com seus folhos zurzindo seu chicote em gestos lúdicos. Perau de feras, circo de centelha regendo as águas tépidas de escamas no fogo da (a)ventura da parelha. Tudo em suor e sal o amor proclama: No mar do teu olhar a onda se espelha na chama que me queima e que te inflama. ..E HAVIA A VIA ESTREITA (para Alexei Bueno) Aquém de mim há quem procure sombras como quem cata a vida em folhas mortas. Se não as acha, sobra-lhe do encontro a coisa ida via estreita porta. Saber do pó que lambe esses escombros a pouca luz que espouca e me transporta é ser e ter em mim o Outro que escondo que vive a deslizar por ruas tortas. Comigo sou, estou e ficarei tecendo a tessitura que me esplende na luz esparramada dessa grei. Se aquém de mim, alguém, que me vende os olhos, saiba: a via já passei. E o verso vem comigo e não se rende. MANHÃ A manhã nasce das muitas janelas deste sereno corpo fatigado, sede dos meus caminhos sem cancelas, na luz de muitos astros albergados. Casa em que me recolho das mazelas, dos louros, derroteiros, lado a lado, para de mim ouvir franca seqüela: Ecce Homo! Eis o triste camuflado. Essa tristeza antiga em residência, às vezes se constrói em face alegre, máscara sem eu mesmo em aparência num carnaval insólito em seu frege. O que me salva a cor nessa vivência é saber que a poesia é quem me rege. PICADEIRO Estava sossegado lá no fundo Do meu eu e de mim sem muita pressa Nesses momentos calmos que circundo Roteiro e enredo em ato que começa Minha descida ao palco do meu mundo Que venho e represento a farsa dessa Comédia que é de arte em que aprofundo A pena desgarrada em vã promessa De bem cantar somente o mais fecundo Sonho sonhado sem a dor expressa Que a vida vai me dando num segundo O desempenho em títere da peça Neste papel de doce vagabundo Que me faz rir da dor doída à beça. SONETO AO FALSO FINGIDOR Há poeta que se ampara na velhice como um cego que se apóia na bengala tateando tristes trilhas da sandice na claudicante fala que se entala. Empalado nos versos da mesmice seus poemas-burocratas cospem lágrimas num chororô nostálgico em pieguice à procura de glória em ante-salas. Colhe, assim, as benesses oficiais, prebendas, sinecuras, doutorados, honoríficas causas e que tais. Em vala rasa cala desolado despindo-se do linho das vestais para juntar-se ao sono de olvidados. OS CASTRADOS Há muitos tipos de castrados. Há os da casta de cantores que se afinam na voz mais fina aleijões de seus dissabores. Há os de vida feminina de tarefas vis sem pudores aios de haréns de concubinas os assexuados sem rumores. São todos eunucos forçados vítimas do mando de autores: os sultões de sanha assassina que gozam no estertor das dores. Castrados morais têm escrotos, mas gozam com sexo dos outros. POEIRA (para José Felix) Do pó ao pólen posta-se o poema na penumbra do parto antecipado. Abre-se uma janela sem algema presa somente do seu próprio fado. Areia e barro, sol com sua gema, a gala clara do ovo, visgo dado ao solo só de vértebras, seu tema variado na avena: chão arado. O tropo, o trapo, as vestes: eis aí a massa que caldeia essa bigorna ensolando alimárias ao se de si. Nada é constante e tudo se transforma. Eppur si muove em ánima no giz escrito no vaivém se vai e torna. ESPELHO O que sobrou de mim são essas sombras Sobrada sobra, cinza dos minutos, Que me alimenta os ossos da memória. Nessa voragem vaga, um mar de calma Lambendo vem a pressa em que me aposto Na duração que escorre nessa arena. Do fim regresso fera não domada Ao mesmo pouso de ave renascida Para o sol da surpresa nas janelas Escancarando um solo transmutado. De baixo para cima é que renovo As vestes da sintaxe que componho Clara inversão da jaula das palavras Para fechar sem chave a minha sina. Para fechar sem chave a minha sina Clara inversão da jaula das palavras As vestes da sintaxe que componho De baixo para cima é que renovo. Escancarando um solo transmutado Para o sol da surpresa nas janelas Ao mesmo pouso de ave renascida Do fim regresso fera não domada. Na duração que escorre nessa arena Lambendo vem a pressa em que me aposto. Nessa voragem, vaga um mar de calma Que me alimenta os ossos da memória. Sobrada sobra, cinza dos minutos, O que sobrou de mim são essas sombras.
Û Ý ´ ¥ Ü | * e-mail: elson fróes |