VER ver, cair da noite, a frase de guillén coração-mar pulso até a areia e nada diástole? síncope, sístole infinita prédios contemplam a praia fugir, sob a água, de suas sombras : atmosfera de algum livro, lugar sem distâncias. PÁG. 37 no céu (como se quintal, entre pregadores e nós) todo asas de um a outro despreza a alta tensão e traduz em pouso o vôo ADEN, 1882/RIMBAUD: UMA CARTA teodolito, bússola, um barômetro de bolso e uma fita de agrimensor, além de le Ciel e do Annuaire du Bureau des Longitudes pour 1882, é só dizer quanto não tenho medo de gastar cordiais saudações MEMÓRIA por dentro e extravasando braços dados ao vazio e ao nada: uma lembrança solene desaba ESPESSA espessa como certos ossos sob a sucata entre guardada e esquecida jaz mais que pura intacta a ferir quem observa: lâmina, lâmpada, límpida luz AINDA pensar-me ainda ser diferente (algum, talvez vazio estranho) nenhum sinal, nenhum contato, ao léu, passos: amor a lapso ESPAÇOS no espaço o silêncio de marceau à luz, escuro e grávido de som um gesto ofício mudo lúdico anti-músico guardando um pássaro em cada pulso OSSOS DE BORBOLETA para Régis Bonvicino mínima (em ecos magros e horizontais de palavras que imóveis deslizam e amplificam-se de sentido a sentido) uma incomensurável tessitura de inevitáveis outros amanhãs que (oásis seco: sol cansado dos hábeis moluscos e folhas fartas de músculos) eleva a sinfonia das datas a ruído |
Poemas do livro A Lapso, Ed. Alpharrabio, 1999.
Leia uma entrevista com o poeta em Balacobaco
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Û Ý ´ ¥ Ü | * e-mail: Elson Fróes |